Sou partidário da didática do exemplo
Já ta tarde, chove forte
Já faz muito tempo
Vivo meu momento, sou meu inimigo
Todo ego traz tormento
Eu vim do meu umbigo
Nada fácil me convence
Eu amo o que é difícil
Brindo a casa já pensando no meu edifício
Eu vou andar na linha
Personifico o trem
Toda brisa impede o frio de me fazer refém
Todo míssil disparado gera um novo alvo
Se ninguém mais disparasse
A gente tava salvo
Eu vou mandar um salve
Pros meus irmãos de luz
Se essa bola for na trave
Eu não vou ser Jesus
Eu vejo o mundo inteiro
O itinerário todo
Todo novo iniciado deve andar no fogo
Todo novo iniciado deve andar no fogo
Primeiro a luz e na sequência o som
Primeiro a luz e na sequência o som
Nós fomos expulsos do paraíso
Provamos o gosto do amargo do fel
Agora eles me chamam de bandido
Só porque te fiz feliz quando roubei o céu
E agora eles me chamam de ovelha negra
O bastardo, o rebelde, o que questiona
O meio o que te liberta, amor
E a certeza é o que te aprisiona
Eu sou a flecha com mil alvos
Mas não sou a sorte
Um dia no ouro
São dez anos no cobre
Um dia de paz
São dez de perdição
Um dia de açoite
São dez de punição
Já que não me deram paz
Então roubei a guerra
Já que não me deram timbres
Roubei a capela
Já que não me deram sorte
Eu roubei o tempo
Já que me amaldiçoaram
Eu roubei o exemplo
Já que eles me baniram
Eu roubei o eterno
Já que eles me prenderam
Eu roubei sua mente
Já que me ameaçaram
Eu roubei o medo
Já que me deram silêncio
Eu roubei o verbo
Olhei no espelho e já nem vi
Eu caminhei pra me encontrar aqui
Inspirando e expirando equilíbrio
Me descubro todo dia ao acordar sorrindo
Rodeada a dor
Sobrevivendo ao tédio
Guarda alta, escrevendo
Esse é meu remédio
A minha divindade
Me mantem de pé
A cada esquina do fracasso
Desafio a fé
As marcas que eu carrego
Cantam o que sou
A cada voz que em mim ecoa
Eu espalho amor
Eu espalho amor
Primeiro a luz e na sequência o som
Primeiro a luz e na sequência o som
Primeiro a luz e na sequência o som
Primeiro a luz e na sequência o som